Resumo: | A energia humana é elemento fundamental para o desenvolvimento econômico progressivo, e portanto, a saúde individual e coletiva, vale dizer, a saúde pública, é um componente deste processo. Possuindo conhecimentos sobre a relação entre doenças e pobreza, conceitos que são inversamente proporcionais aos de saúde e produção, é sabido que uma produção baixa de bens e serviços gera salários insuficientes, que por sua vez, dão lugar a uma nutrição inadequada, a uma instrução e a uma educação deficientes, a uma habitação insalubre e a um baixo nível de vida. Estes são fatores fundamentais que condicionam doenças, que, reciprocamente, geram uma capacidade humana limitada, levando a uma baixa produção. Este ciclo fatal, mais que um círculo vicioso, é a espiral que em cada volta se estreita e acelera, fazendo com que o país gaste mais com remédios etc., e tendo como conseqüência, uma baixa produção. Todo este processo não só está incrustado nos costumes, tradições, atitudes e juízo de valores das pessoas, como nas relações recíprocas entre os diversos grupos de uma sociedade. Por isso, em um programa de desenvolvimento devem se considerar cuidadosamente estas características ao formular planos de ação, para que tenham êxito na medida em que se interfiram na cultura dos grupos humanos e dos países para os quais estão destinados. É evidente que os distintos fatores que condicionam o bem estar influenciam entre si, em um ciclo nas comunidades. O autor menciona alguns, como a alimentação, educação, habitação e a saúde, porque gravitam com maior intensidade no pressuposto familiar e na vida coletiva. Esta relação de interdependência justifica uma política de desenvolvimento que inclua os problemas prevalentes, tomando em consideração as necessidades e a quantidade e qualidade dos recursos disponíveis com o fim de promover o bem estar e o progresso. O grande problema enfrentado atualmente pela maioria dos países em desenvolvimento é relacionado à saúde pública: uma grande proporção de seres que existem, mas não vivem, em um meio social de onde seu trabalho é improdutivo, sua alimentação é escassa, sua habitação inadequada, sua expectativa de vida curta e sua saúde física mental e social mal, tensa ou permanentemente insegura. Este tipo de situação traz grandes conseqüências sociais, e faz-se urgente uma política mútua de colaboração americanista com fins de progresso continental, e até mundial. As estatísticas que se registram regularmente revelam (apesar dos dados incompletos) a desfavorável influencia que tem a enfermidade e a morte prematuras no desenvolvimento da maioria dos países do Continente. Uma análise detendo as principais causas de morte permite facilmente comprovar que, em sua maior parte, são processos suscetíveis de serem prevenidos ou controlados. Esta circunstância leva a fazer um grande apelo pela saúde pública que possui uma necessidade concreta de ação, que será mais efetiva quanto mais incorporada ao processos de organização das comunidades, se firmada como base de prioridades e recursos^ipt.
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